Você vai olhar mais de 180 vezes hoje para a tela de seu smartphone

Por Cíntia Cury

Já parou para pensar em quantas vezes por dia você checa seu smartphone? O Google fez isso e concluiu que olhamos, em média, 183 vezes por dia para a tela do aparelho. Sim, passamos o dia verificando notificações das redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, checamos nossos e-mails, lemos notícias, ouvimos música, assistimos vídeos e programas de TV por streaming, jogamos, conferimos as previsões da meteorologia e, eventualmente, até usamos nossos smartphones para telefonar.

Olhar para esses pequenos aparelhos se tornou rotina. É a primeira coisa que fazemos ao acordar e a última antes de dormir.

Atualmente, existem 235.076.217 linhas de telefonia móvel ativas e conectadas à internet no Brasil, de acordo com a Anatel. Mais do que o número de habitantes do país, que é de cerca de 208,66 milhões. Nas regiões Norte e Nordeste, existe praticamente um aparelho para cada habitante com mais de 10 anos de idade. Já nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o número de telefones celulares é maior que o de habitantes. De acordo com levantamento do IBGE do ano passado, quase 70% dos internautas prefere (ou só tem esse tipo de dispositivo para) acessar a internet pelo celular.

Parece um dado óbvio, mas para quem trabalha com comunicação pública ou política, é um elemento extremamente importante a se levar em conta na hora da definição de estratégias para levar informações ao público.

Se esse é seu caso, encare o smartphone como seu principal veículo de comunicação. 

É na tela do celular que as pessoas vão ler os textos, assistir vídeos e ver as fotos que você usará para transmitir informações sobre a instituição e o mandato, bem como formar ou consolidar a imagem do detentor de mandato ou candidato para o qual você trabalha. Também é nesse ambiente dinâmico e ao alcance da mão que as pessoas vão interagir e trocar informações sobre (e com) a instituição e o político.

Portanto, é a tela do smartphone que vai definir o formato do material que você produzirá. O tamanho do texto, os detalhes das imagens, a duração dos vídeos, tudo precisa ser elaborado levando em conta o tamanho da tela e as condições de leitura/visualização de seus públicos.

Há diversos fatores a serem levados em conta na hora de elaborar sua estratégia de comunicação.

Vale saber que os internautas gastam mais de 80% do tempo online em aplicativos. Em média, as pessoas têm 10 aplicativos que mais acessam diariamente, sendo que o aplicativo favorito é responsável por metade do tempo online. Em outras palavras, os usuários passam muito tempo conferindo suas redes sociais preferidas, trocando mensagens instantâneas (em aplicativos como o WhatsApp, que é o favorito do brasileiro nessa categoria), em jogos online ou consumindo música e vídeo. Mas também encontram tempo para ver as notícias, fazer pesquisas e visitar sites e blogs (pesquisas apontam que é crescente o número de pessoas que afirmam usar a rede mundial para se informar no Brasil).

E é nesse vasto universo que você deve focar sua estratégia para criar, ampliar e engajar sua audiência. 

É claro que as redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas vêm modificando seus algoritmos de maneiras que impactam diretamente no compartilhamento e na visibilidade das postagens, mas continuam sendo o meio mais eficiente para identificar os diversos públicos com os quais um assessor de imprensa de instituição, mandato ou candidato precisa se relacionar: suas preferências, seus hábitos, horários de acesso às diversas plataformas, tipo e formato de informação que mais gera interatividade…

Aliás, essa é a palavra nos dias de hoje: interatividade. 

Use todas as informações que você tem à disposição para elaborar uma eficiente estratégia de comunicação com seus diversos públicos. Pense em como atingir cada público em cada uma das plataformas disponíveis e busque sempre promover o engajamento e a interatividade. E, principalmente, ouça seus públicos, sempre.

Lembre-se: em tempos de smartphones, sua comunicação precisa ser simples, ágil, eficiente e constante. 

Velocidade de carregamento de sites é diferencial importante

O crescimento do acesso à internet e redes sociais por smartphones transformou a velocidade de carregamento de sites num diferencial importante para instituições, mandatos e, principalmente, para os candidatos.

Esse é um fator tão significativo que é um dos critérios usados pelo Google na hora de estabelecer o ranking orgânico dos resultados de busca da plataforma. 

No Brasil, os sites demoram em média 15,8 segundos para carregar completamente no mobile (smartphones e tablets), o que leva a uma perda significativa da audiência. De acordo com o Google, 50% das visitas são abandonadas quando um site demora mais de 3 segundos para carregar no mobile. 

Se o site oficial da instituição ou candidato deveria funcionar como tira-teima para o cidadão na hora de conferir se uma informação recebida via redes sociais e mensagens instantâneas é verdadeira ou fake, essa demora para carregar pode simplesmente impedir que isso aconteça.

E mais: sites que demoram muito para abrir em smartphones perdem pontos nos critérios do Google e acabam, muitas vezes, “escondidos” na segunda ou terceira página de buscas. Ou seja, em vez de o cidadão encontrar o site oficial do candidato, por exemplo, terá diversas outras alternativas, que podem blogs editados por concorrentes e detratores. Isso porque cerca de 75% dos internautas nunca acessam a segunda página de resultados quando faz uma busca no Google. 

Se você é responsável pela sobrevivência digital de seu candidato ou instituição, pública ou privada, deve ficar atento a essa questão.

O próprio Google oferece algumas ferramentas para ajudar a verificar e melhorar a velocidade de carregamento de seu site. Confira: https://developers.google.com/speed/pagespeed/insights/?hl=pt-BR

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Cíntia Cury é jornalista. Diretora da Exterior Editora/MarcoIten.Com atua em Assessoria de Imprensa; treina equipes de Comunicação, elabora o Planejamento Estratégico de Comunicação e gerencia reputação de Órgãos Públicos, políticos e Mandatos. Atuou na Assessoria de Imprensa/Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, durante os governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin, Cláudio Lembo e José Serra. É autora do livro Assessoria de Imprensa para Prefeituras, Órgãos Públicos e Mandatos, da Exterior Editora.

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