Por Marco Iten
2019 começa com novo governo e novas expectativas.
Bolsonaro sabe que o grande desafio é a reforma da Previdência e ela vai sair, por todos os motivos, mas, principalmente, após o ministro da Economia Paulo Guedes mandar um “recado” ao Congresso, destacando que um corpo-mole na votação pode acarretar mudanças dos repasses e medidas impositivas (emendas parlamentares) – que afetariam brutalmente a relação e a boa vontade com os aliados.
Se o discurso de posse de Bolsonaro foi “mais do mesmo”, quase uma decepção aos que acompanharam o evento e esperavam alguma medida de primeiro dia, a fala de Paulo Guedes deu o Norte para o governo, para o Mercado, para a Imprensa: o governo vai privatizar, reduzir despesas, racionalizar. Enfim, para o Brasil crescer, o governo precisa ser reduzido – e com urgência. Assim, o otimismo com a Bolsa de Valores certamente gerará ganhos para os investidores – que já começaram a ganhar a partir da vitória de Bolsonaro no segundo turno.
Então, a estrela desse governo é Paulo Guedes, ao menos até que Sérgio Moro comece a se fazer presente – e com o impacto esperado: redução da violência, combate ao crime organizado, tropas nas ruas, com planejamento e operações unificadas com todas as chamadas forças de segurança.
E no Congresso, quem se destacará? O mundo político aguarda a votação para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Ao longo dos próximos meses se destacarão os personagens que liderarão – na defesa do governo e na oposição – os nomes que balizarão o jogo político do Congresso, que será intenso neste primeiro semestre.
A outra grande dúvida: como será a comunicação do governo Bolsonaro? A grande (será que ainda podemos chamar de grande) Mídia está quase em pânico… Entrevistas e informações privilegiadas do novo governo “vazam” para SBT e TV Record, mas não para a Globo. Verbas bilionárias do governo federal e estatais (Eletrobrás, Petrobrás, etc.) ficarão com quais agências de publicidade? Campanhas polpudas antes destinadas a jornais e revistas, agora, para onde irão? Se irão? E como Bolsonaro se comunicará? Ele irá, efetivamente, desmontar os gigantescos, ineficientes e altamente custosos esquemas de publicidade e de comunicação, que foram criados e vitaminados pelos governos Lula-Dilma, com TV estatal e “cabidões” de empregos para jornalistas afinados com PT-PSOL-PSB? Nunca antes neste país jornalistas foram tão ferrenhos leitores do DOU – Diário Oficial da União…