E está sendo dada a largada para as Eleições 2018.
Recomeça, então, a grande discussão sobre as melhores fórmulas para que candidatos obtenham sucesso no próximo pleito.
E esse próximo pleito para deputados anda angustiando os dirigentes partidários, deputados veteranos e, ainda mais, os futuros candidatos de primeira “viagem”.
Quanto custará a nova campanha eleitoral?
Continuaremos tendo a proibição de financiamento empresarial?
Os partidos políticos – hoje, com muito mais recursos obtidos através do Fundo Partidário – ajudarão a cada um de seus candidatos ou optarão pelos “escolhidos” por donos das agremiações?
Os eleitores rejeitarão – como numa verdadeira rebelião – o PT e seus partidos satélites, como o PCdoB, a REDE, o PDT, o PCO e o PSOL?
Quais os desdobramentos da Operação LAVA-JATO na opinião pública?
Como estarão os demais partidos citados até agora na LAVA JATO, como o PMDB, o PSDB, o PR, o PP, o DEM, o PT, dentre outros?
Quais os reflexos das eleições municipais de 2016 na estruturação das campanhas de deputados em 2018?
Quais serão os candidatos eleitoralmente viáveis para a campanha presidencial? E quem serão eles?
Faço dobradas? E com quem?
Enfim, são tantas as perguntas que os candidatos que mais se antecipam já começam a elaborar – e com alto grau de aflição – que um verdadeiro check list foi elaborado para colaborar com as futuras campanhas que já começaram, efetivamente.
Os partidos médios e pequenos – com imensa necessidade de representação parlamentar na Câmara dos Deputados, base para o cálculo de seus quinhões no fatiamento do bilionário Fundo Partidário e para o tempo de cotização do horário eleitoral – são as agremiações políticas que mais cedo iniciaram o movimento para a organização de suas chapas de candidatos às eleições 2018. A chamada cláusula de barreira também é outro fator imponderável a instabilizar o processo eleitoral aos que deixam os trabalhos para a última hora.
A busca dessa representação política passa pela eleição de deputados federais e, também, pela construção de “nominatas” de candidatos a deputado estadual que possam colaborar com a agregação de votos aos candidatos federais.
Há, dentre esses partidos pequenos e médios, uma clara distribuição de votos potenciais que, em termos, acaba por facilitar a construção de Nichos específicos para a busca de votos necessários: alguns buscam o voto evangélico, outros o voto católico, outros se sustentam em estruturas sindicais, alguns se apresentam como alternativa de uma tal nova política, outros buscam uma linha ideológica – de direita ou de esquerda. Alguns organizam-se – ou tentam se organizar – num “mix” de alternativas de nomes que incluam setores acima, numa ilusão de se apresentar como verdadeiros representantes da multifacetada sociedade local/regional.
Mas a busca por candidatos – quer para pequenos, médios ou grandes partidos – é gigantesca pois todas as agremiações (seus líderes) têm como foco as verbas bilionárias de recursos públicos que advém do orçamento federal. (Veja Box sobre o Fundo Partidário). Os números são reveladores: entre 2010 e 2014 os partidos políticos mais do que duplicaram seus candidatos a deputado federal (de 3.008 para 7.018 candidatos em todo o país – um acréscimo de mais de 130%), índice muito superior ao crescimento vegetativo de eleitores e da população.
Se, em 2014, foram mais de 25.000 candidatos aos cargos almejados (deputados distritais, em Brasília; deputados estaduais; federais, senadores, governadores e presidente) a estimativa é de que, em 2018, o número ultrapasse os 28.000 candidatos.
Hoje temos mais partidos políticos com registro junto ao TSE, e todos eles necessitam lançar o maior número de candidaturas para suplantar a “concorrência”.
A grande maioria será de candidatos sem qualquer experiência eleitoral, sendo que é possível classificar assim candidatos com “experiência” anterior – o que não significa, necessariamente, que tenham tido algum tipo de orientação profissional que venha a gerar algum resultado mais elástico nas urnas.
Chances reais
Poucos são os candidatos competitivos, aqueles capazes de gerar soluções eleitorais e conquistar votos efetivos para o próprio sucesso e de seu partido. Neste pequeno universo de candidatos situam-se aqueles que foram “eleitos” pelos dirigentes partidários e os reais “donos” das agremiações; filhos/parentes dos donos e um ou pequeno grupo de nomes eleitorais fortes que tiveram consentimento para ingressar na agremiação conforme a estratégia ou necessidade dos “donos” pela sofrida sobrevivência financeira do “business”, travestido de partido político.
Estimo que tenhamos, dentre esses estimados 28.000 candidatos a todos os cargos, cerca de 10.000 que disputarão as 517 cadeiras de deputado Federal. Viáveis eleitoralmente não deverão superar os 600 nomes, distribuídos em 27 Estados e no Distrito federal. Ou seja, teremos menos de 10% dos candidatos à Câmara Federal com alguma perspectiva real de vitória, seja pela experiência política, pelo domínio de redutos e nichos eleitorais, por serem os “eleitos” de facções religiosas, pelo sólido poder financeiro ou pelos fatores “genéticos” (filho ou filha de caciques políticos e dirigentes partidários).
E os demais?
Os mais de 90% daqueles que pleiteiam cada cadeira têm, ainda, tempo para compreender as muitas sutilezas do jogo político, da rasteira disputa das agremiações e de seus dirigentes e, parte destes ainda pode buscar a qualificação política, a qualificação técnica do processo eleitoral e a estruturação intelectual de suas futuras campanhas, sob a ótica das modernas técnicas do Marketing Político.
Apoio Político: É Preciso? – Os mantras políticos repetem à exaustão que deputados são eleitos com apoios de prefeitos, do próprio partido e de uma inevitável enxurrada de dinheiro que custeia as práticas comuns das campanhas em cada cidade do reduto do pretenso político.
Será que essas tais “verdades” se sustentam nos dias de hoje?
Se verdade fosse não haveria o pânico que já verificamos. As eleições em 2014 já causaram muitas surpresas – muitos “caciques” foram levados à aposentadoria eleitoral, por exemplo.
A derrocada do PT nas eleições municipais certamente gerará desdobramentos nos resultados eleitorais, na falta de apoio municipais para seus candidatos proporcionais e, como consequência, um rearranjo das forças no Congresso Nacional a partir de 2019; haverá uma renovação ainda mais destacada de quadros políticos com a aposentadoria precoce de muitos caciques estaduais; o crescente desgaste da classe política e o aumento das abstenções dos eleitores permitirão novos cálculos de quocientes eleitorais em cada estado.
Em momentos de crise política, crise financeira e brutal recessão, como a que hoje vivemos, as administrações municipais e seus dirigentes perdem força na mobilização de votos de suas cidades para os seus deputados, eventuais “representantes” da cidade (ou da atual administração) junto aos poderes e orçamentos estaduais e federais.
Será fácil motivar o eleitor – muitos deles desempregados, desiludidos ou revoltados – a votar?
Será fácil “lançar mão” de promessas de futuro próspero aos que já não suportam mais a ladainha eleitoral?
E Temer?
Com a faca no pescoço, baixíssima popularidade, e prestes a ser julgado pela Justiça Eleitoral, sob os questionamentos do financiamento da chapa Dilma-Temer na eleição 2014, vários são os cenários que demonstram que a disputa 2018 será quente, imprevisível e que requererá Planejamento, Organização e assessoramento profissional a quem deseja vencer a eleição mais tensa e indefinida das últimas décadas.
Quer VENCER em 2018?
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