por Marco Iten
Vamos renovar a política?
Esta é a frase de 2018.
E ela terá grande respaldo da opinião pública, vale dizer, dos eleitores.
Nunca uma frase a ser dita por candidatos terá tanto impacto positivo e tanto respaldo como na eleição que se aproxima.
Assim, você já pensou em se candidatar a deputado estadual, distrital (caso você seja de Brasília), ou deputado federal?
As mais de 1.200 cadeiras de deputados em todo o país trocarão de donos – tanto pela febre da renovação dos quadros políticos quanto pelo espaço deixado por muitos dos atuais deputados que já se sentem derrotados pela opinião pública.
É fato que ser deputado, atualmente, impõe mais desgastes e insatisfações do que já pareciam proporcionar antes de 2012. A situação, todos sabemos, piorou bastante. São muitos os que terão as barras da Justiça para enfrentar, outros tantos perderam seus redutos eleitorais, uns tantos deixaram de representar força e legitimidade junto aos seus nichos eleitorais, muitos deixarão de contar com o estratégico apoio de prefeitos e vereadores. Muitos, ainda, farão cálculos estratégicos e saberão que seus votos não serão suficientes para garantir o quociente eleitoral ou deixarão de estar no “pelotão” da frente de seus companheiros de partido. Outros, ainda, só se garantiam com o artifício da coligação de legendas…
Enfim… a coisa está feia para grande parte dos atuais deputados, ainda pior para as agremiações “carimbadas” pela LAVA JATO.
O índice de renovação das Assembleias Legislativas e do Congresso Nacional será recorde, todos concordam.
Como nas eleições municipais de 2016, quando o PT sofreu brutal esvaziamento de votos e de candidatos eleitos, as bancadas com maior perspectiva de esvaziamento estão naquelas que deram sustentação às gestões Lula e Dilma (PT, PMDB, PDT, PROS, PSOL, PR e PP).
Caso emblemático foi a eleição na capital paulista onde o então prefeito Fernando Haddad (PT), ex-ministro de Lula e fortemente apoiado pelo ex-presidente, despencou de 3.300.000 votos, em 2012, para míseros 940.000 votos (números arredondados) na sua desastrada tentativa de reeleição, em 2016. Essa queda de mais de 70% dos votos em 4 anos de gestão também representa a ruptura de apoios políticos e eleitorais que se desdobrarão nas próximas eleições para deputados aliados ao PTista.
O mesmo exercício pode ser percebido em muitas siglas que, aliadas ao intenso processo de rejeição da opinião pública com os sucessivos escândalos, dá uma dimensão de quantas cadeiras estarão vagas para novos postulantes, em 2016, em todo o Brasil.
Quem se beneficia?
Candidatos avulsos e que se apresentarem como “INDEPENDENTES” lograrão êxito pela suposta ruptura com o atual sistema de representação política. Sabemos todos que não há o candidato independente de partido, no Brasil, mas a construção dessa figura política pode ganhar peso e fortalecimento de imagem pública.
Candidatos vinculados a Igrejas, de todas as denominações, saem fortalecidos pois contam com estruturas físicas e organizacionais muito mais disciplinadas, organizadas e com adesões mais fáceis, baseadas em crenças religiosas e no pragmatismo político-religioso.
Candidatos vinculados a prefeitos (Leia também, nesta edição, o artigo ‘Prefeitos – celeiro da nova política?’) serão, certamente, os mais favorecidos. Ganham aqui os vice-prefeitos, os ex-prefeitos e secretários municipais que tenham notoriedade e visibilidade eleitoral. As estruturas administrativas municipais terão peso mais marcante para a geração de eventos e aparições públicas de seus candidatos, além de espaço nas Mídias locais e regionais, importantes num momento em que quase todas as abordagens da imprensa estão voltadas a desgastar os políticos com mandato, dentre tantos outros fatos.
Os 3 primeiros passos
E o que fazer para a Vitória em 2018?
O primeiro passo para se sagrar vitorioso na disputa de 2018 é fazer o que muitos já fizeram – tomar a iniciativa de se preparar, dignamente.
Em nossa assessoria política para candidatos e partidos registramos um intenso aumento na procura por consultoria e planejamento das campanhas de deputados. Em vários casos o trabalho é demandado por “dobradas” já definidas, ou seja, candidatos a deputado estadual e federal buscam, conjuntamente, a operação de planejamento, pesquisas e execução das campanhas, com as estruturas necessárias de:
1) Produção Profissional das Redes Sociais;
2) Pesquisas de Imagem e Eleitoral;
3) Media Training e Oratória;
4) Treinamento de Equipes de Trabalho.
Esse leque de ações resume o primeiro passo dos trabalhos dos futuros bem-sucedidos candidatos que, a cada nova eleição, buscam o profissionalismo de suas ações e abandonam o “achismo” ou a repetição de práticas políticas e eleitorais cada vez mais execradas pela opinião pública.
É de se observar que a opinião pública vem sendo inundada, a cada novo noticiário, por informações, práticas políticas e mecanismos que foram utilizados pela classe política por décadas, mas que – destaca-se – não faziam parte do cotidiano do brasileiro. Caixa-Dois? Mala de dinheiro? Coligação? Sobrepreço em contratos? Doleiros? Contas na Suíça? Ministério Público?
Hoje, em festas de crianças ou em filas de banco, os nomes de Cerveró, Zé Dirceu, Aécio, Youssef, Duque, Dilma, Lula, Joesley, Temer, Palocci, dentre tantos outros fazem parte do cotidiano, são sinônimos de bandido e/ou têm conotações ainda mais negativas – saíram dos autos nos tribunais e chegaram às ruas, com todas as implicações e desgastes.
O segundo passo, portanto, é dissociar-se dessa “classe” política, desses vínculos. É saber se apresentar como o diferente, sob as características e vertentes que são distintas em cada caso, em cada personagem, em cada cidade, em cada estado – daí a fundamental importância de boas e bem realizadas pesquisas eleitorais. E quando falamos em pesquisas eleitorais, os amadores ou oportunistas buscam assessorar candidatos desinformados com a mesma necessidade – mas sem qualquer conhecimento ou fundamento para a contratação das pesquisas que verdadeiramente importam. As pesquisas que importam para os candidatos novos requerem acurado estudo de temas, aceitações e rejeições e estudos do “clima” político local e regional.
O terceiro passo é não perder tempo aguardando mudanças de cenário ou fatos novos que não estão no âmbito de suas atribuições e capacidades o que, em todos os casos que conheço, são apenas subterfúgios para adiar trabalhos fundamentais de estruturação.
Em nenhuma das últimas campanhas eleitorais ficou tão configurado, como nestas que se aproximam, a grande oportunidade de mudanças e renovações nas diversas casas legislativas. E quem se prepara, com profissionalismo e tempo terá, certamente, uma força política diferenciada e qualificada para a vitória em outubro de 2018.